A maçã

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Ela quis provar a maçã. Abriu-lhe o apetite observar o fruto no prato em cima da mesa. Tão vermelho, brilhante… Proibido – diriam os mais velhos.
Então sacou a mão do bolso e estendeu o braço com certa ansiedade para alcançar a maçã. A segurou com as pontas dos dedos e, depois de hesitar alguns instantes, agarrou-lhe com a mão inteira.
Gentilmente dirigiu a tentação até a boca. Seus dentes rasgaram-lhe a casca firme em uma mordida quase que brutal, um impulso. A carne macia tocou sua língua e a libertou da violência prévia. Depois a maçã ofereceu em recompensa pela sua descoberta, um sabor doce, levemente ácido. Levemente envenenado, como se fosse destinada a uma branca de neve qualquer. Mas a proibição – já diriam os mais velhos – era o sabor de sua liberdade.

(Barbara Marry – Junho/2014)

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