Sempre que eu volto a escrever penso no pq de ter parado e é sempre uma reflexão. Mas seja qual for o motivo, sempre tem a ver com a paixão. Daquilo que se faz com o coração. Pq a gente sempre acaba priorizando as coisas da forma errada, invertendo os papéis, passando do ponto.
Você abre os olhos, pensa se levanta ou se espera, mas acaba por esperar. E então, durante o dia, você espera. Espera o sinal, espera chegar no horário, espera o retorno, espera o download, espera a hora de ir embora. Chega em casa cansado, mas ainda espera… Espera que hoje você consiga fazer aquela receita, espera conseguir tocar aquela velha música ao violão, espera poder ficar na preguiça um pouco antes de dormir e, por falar em dormir, espera que hoje você possa dormir cedo, para que amanhã, ao acordar, você escolha o outro caminho. Que, ao invés de esperar, você se levante.
Mas o que a paixão tem a ver com isso? Bom, ela te faz levantar pq já não é mais o piloto automático da rotina de trabalhar pra ganhar dinheiro ou colocar as obrigações na frente do prazer.
E eu pensei nisso hoje, enquanto assistia um queijo parmesão gratinar o recheio de uma abobrinha recheada, que ia ao forno com uma graça digna de cinema. É estranho, eu sei. Mas é como você diferencia o que você sente de verdade do que você apenas deixa passar. E a gente pode até esperar uma vida toda pra se apaixonar por alguma coisa, mas a paixão está sempre ali, te mostrando o que realmente te faz levantar.
(Barbara Marry – Dezembro 2015)